quarta-feira, 21 de julho de 2010

A ternura na condição da existência




Em âmbito teológico não é comum a reflexão sobre a existência cristã e o mandamento novo numa ótica de ternura, afirma Carlos Rocchetta, renomado professor de teologia da Pontifica Universidade Gregoriana de Roma e da Faculdade Teológica de Florença, Itália. Todavia, a reflexão da ternura de Deus é de fundamental importância para revelarmos ao mundo a bondade, a alegria e a graça de Deus que afugentam qualquer tipo de medo e punição a ELE atribuídos. A ternura no seio do cristianismo supõe, de fato, o anúncio do amor, da alegria e da graça, cumprimento pleno da vida de Jesus Cristo relatada no Evangelho.

A ternura, experiência de liberdade de amar e anúncio de acolhimento, é o enriquecimento mais valioso e positivo na construção de um diálogo respeitoso e humano num mundo marcado mais pelas diferenças.

Foi um coração cheio de ternura, muito mais do que normas e leis, que levou Jesus a transpor as barreiras sociais, culturais, religiosas e políticas impostas em seu tempo.
A mediocridade, o preconceito, a discriminação e a incompreensão são sinais visíveis da falta de ternura no coração humano.

Homens e mulheres são chamados à escola da ternura. A olharem o mundo do mesmo modo que Jesus olhou. Presença entre os mais fracos, doentes e abandonados: somente um coração cheio de ternura é capaz de suportar as fragilidades dos que estão em nossa volta.

Freqüentar a escola da ternura é enfrentar diariamente os embates da vida com as armas do perdão, da alegria e do amor. É desmontar a injustiça, a ganância e a mentira com a prática da justiça, da partilha e da verdade. Somente um coração terno é capaz de fazer escola em Jesus, alargar horizontes, experimentar o amor, aceitar os outros como pessoas, fazendo-se ternos consigo mesmos, irradiando no mundo a força do amor humilde: amor que ama além das fragilidades.