terça-feira, 22 de março de 2011

O ser humano em busca de identidade

Foto: Identidade


“Deus criou o homem e a mulher
à sua imagem e semelhança” (Gn 1, 26-27).


A Declaração dos Direitos Humanos da ONU em seu primeiro artigo afirma a dignidade das pessoas: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Considera-o algo evidente.

Segundo Brakemeier, professor e teólogo luterano, a Declaração tem em altíssimo apreço o gênero humano, porém lhe falta o apoio de valores culturais, filosóficos e religiosos para sustentar o que é o homem. No fundo, a dignidade humana não pode ser demonstrada racional ou empiricamente.

O ser humano é projeto antropológico. Nasce iniciado, mas não concluído. Há soluções políticas, econômicas, científicas e tecnológicas que tentam explicar que é o homem mas, o ser humano não se satisfaz em desempenhar o papel de uma máquina a ser desvendada ou de um cadáver a ser dissecado. O homem busca um referencial teórico que lhe assegure a dignidade. Para isso, o ser humano afirma-se como solução humana. Quer ser gente!

Na condição de gente e não de máquina ou de especulação técnico-científica, o ser humano busca na origem de sua natureza o sentido original e originante de sua existência. O pressuposto de tudo é o reconhecimento e a afirmação de sua dignidade enquanto pessoa, independentemente de condição social, racial, sexual ou outra. A identidade pessoal do humano almeja captar o significado mais profundo e complexo do que é o homem.

Aos olhos da fé cristã, a antropologia teológica frisa a dignificação do ser humano, dar-lhe uma acepção de valores como premissas indispensáveis na construção e afirmação de sua identidade pessoal. Neste sentido, o sagrado desempenha papel decisivo para a dignificação humana: o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e é esta a sua identidade.

Nos entraves da vida, quando surgirem incertezas e bater a crise de identidade somos estimulados a recorrer aos divãs para redescobrir quem somos. Que tal buscarmos a mais originante, divina e digna resposta revelada ao ser humano? Somos imagem e semelhança de Deus. Esta é nossa a identidade!

O que significa isso? Significa que devemos voltar aos divãs da vida e recordar o que nos fez ou faz obscurecer o sentido fundamental de nossa identidade.


Vilmar Dal-Bó Maccari

quarta-feira, 9 de março de 2011

Eu e meus Anônimos


Foto: Eu anônimo
Existem anônimos pela simplicidade;
Existem anônimos pela discrição;
Existem anônimos pela humildade;
Existem anônimos pela proteção;
Existem anônimos pela vergonha;
Existem anônimos pela incerteza;
Existem anônimos pela insegurança;
Existem anônimos pelo medo;
Existem anônimos pelo erro;
Existem anônimos pela falsidade;
Existem anônimos pela covardia;

O anônimo pode “ser” como pode “não ser”!
Cada um sabe até que ponto vai o seu anonimato. Ninguém é anônimo a si mesmo! Até onde vai o seu anonimato?

Vilmar Dal-Bó Maccari